quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

rebobina a fita aí, dotô

Olá pessoas, estou de volta com uma nova postagem e dessa vez tem a ver com a história (.-. não que a outra não sirva pra nada... ah, foi a abstinência de cafeína -.-). Na postagem anterior coloquei a carroça na frente dos bois e comentei superficialmente sobre a era Vargas, então rebobinemos um pouco a fita e voltemos ao início do século.
O século 20 é um período de mudanças drásticas, principalmente para o Brasil que era basicamente rural e teve que se adequar a valsa mundial. Em 30 anos cinco acontecimentos marcaram o início do século que mudaria o mundo (de uma visão brasileira, claro): a Primeira Guerra, Transferência da Dívida Externa para os EUA, Semana de Arte Moderna, Imigração e a Grande Depressão. E que a Semana de 22 tem a ver com isso? Mesmo que tenha sido imaturo, o próprio Drummond admite isso anos mais tarde, o movimento antropofágico proposto aqui é repaginado e melhorado para dar novamente as caras na década de 60. A década de 30 é quando o bicho pega, aliás, o bicho já estava pegado com a insatisfação da população. É nessa mesma época que os EUA criam a 'política da boa vizinhança' e nos mostram que mesmo a América Latina sendo pobre e os EUA ricos, eles ainda olharam pra nós e nos ensinaria tudo que uma civilização de verdade teria, inclusive constata-se o pouco talento para geografia, pouco respeito e desconhecimento da cultura dos países, seja trocando o Pão-de-açúcar de lugar, confundindo samba com conga entre muitas outras coisas, o fato é que o american way of life foi distribuído via filme sonoro para vários países e foi copiado descaradamente, afinal os brasileiros da época estavam superfelizes por “estar virando gente”. Em 39 Carmem Miranda é 'descoberta' pelos estadunidenses, que em conjunto com os estúdios Disney anos mais tarde resulta no clássico do imperialismo: Você já foi a Bahia? (nem é preciso comentar). No ramo radiofônico o que chovia eram os programas patrocinados por produtos estrangeiros uma vez que Vargas barateou o custo dos rádios e assim tornou-se bem popular (dizem que foi para todos escutarem seus discursos u.u). nessa década também surge um marco que virou sinônimo de quadrinhos no brasil: Gibi da editora RGE, que mais tarde se tornaria a Globo.
Na década de 40, começa o rebuliço na Europa, os super-heróis criados na década de 30 (wikipédia ou qualquer outro blog normal fala sobre eles, da tão conhecida Era de Ouro vale citar Will Eisner) são utilizados como os garotos-propaganda da política estadunidense (mesmo com eles fora da briga), até mesmo os vilões começam a tomar características japonesas e alemãs. Quando entram na briga é que começa mesmo a malhação do Judas, até o Capitão América soca Hitler numa das suas lutas contra o “mal”, os filmes então... ridicularizando os japoneses e os alemães, sempre glorificando a si mesmo, hoje em dia ainda são feitos filmes com a temática 2ª Guerra. E em meio aos nazi-fascistas e capitalistas -lá está ele de novo- Vargas com sua política que mais parecia o samba do crioulo doido e num sabia pra onde debandava, até ser encostado na parede pelos EUA: (você está comigo, ou sem migo? ò.ó) A resposta foi óbvia, em pouco tempo um acordo com o presidente Roosevelt impulsionou a região amazônica para um segundo ciclo da borracha e foram instaladas bases aero-navais no Nordeste.
O fim da política inconsistente de Vargas foi ansiada imensamente pelas multinacionais, é promulgada uma nova Constituição que permite a exploração do Petróleo desde que haja uma filial instalada no país, e o mercado brasileiro abre as pernas portas e entrega de mão beijada o mercado interno. Terminada a guerra começou um momento de tensão nos EUA que foi absorvido pela população brasileira através dos materiais culturais. Agora recorremos à Física apara explicar o que foi que aconteceu culturalmente: se jogarmos um sapo na água fervente, ele vai pular imediatamente, contudo se ele for colocado na água fria que vai aquecendo em fogo baixo, ele continuará lá até cozinhar por completo. O processo de aculturação foi feito de tal modo que defendemos e reconhecemos outra cultura como se fosse nossa. E o que justifica isso que estou afirmando? O fato da França, Japão e outros países terem se fechado durante um tempo de modo que eles desenvolveram um modo próprio de fazer não só quadrinhos mas diversas outras coisas. Claro que hoje em dia, em plena Globalização, não se pode proibir materiais culturais estrangeiros, botar o povo pra trabalhar e dizer que nada presta, aliás o nome disso é alienação. Então chegamos na década de 50... os famosos anos dourados que são os mais memoráveis aqui no Brasil... com Elvis e sua pelvis balançando e os sucessos que só são superados pela chegada da TV. Mas isso fica pra outro post  =D

2 comentários:

  1. Mas se vc levar pra outro lado, verá que tem coisas na nossa cultura que é melhor nem comentar(mas comentarei assim mesmo XD).
    João do Morro por ex. Vai se FUDER, prefiro ouvir um bom Reggae Music.

    ResponderExcluir
  2. '-' isso já é uma questão de gosto, é bem diferente, os enlatados americanos tiveram sua parte de contribuição na emancipação da mulher e como eu falei no finzinho do post: dizer que tudo que é estrangeiro não presta é chamado de Alienação.
    seria muita hipocrisia minha afirmar que no Brasil só tem coisa boa, assim como dizer que nos outros paídes só tem coisa ruim. a pequena diferença entre Colonização e Globalização é que (teoricamente) há uma troca mútua de conhecimento e ideias, o que aconteceu no Brasil foi um evento de mão única.

    ResponderExcluir