terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Prepare seu café e um petisco porquê hoje a história vai ser longa...

A Missão Francesa tinha por objetivo nos mostrar a arte e a beleza de verdade, porque a nossa não era artística nem bela o suficiente pra eles. Triste? Essa é a função de uma metrópole: lascar a colônia e impor a sua cultura a ela. Não acredita? Júlia Falivene Alves no início do seu livro A Invasão Cultural Norte-Americana, de 1989 (isso mesmo, faz é tempo), explica que nos foi posto a crer que a “europeização” do planeta era a coisa mais normal do mundo, tanto que até hoje se escuta falar “é preguiçoso feito um índio” e derivados. Então o que fizeram pra acontecer isso? Glorificaram tanto os padrões de beleza europeu, jogando na nossa cara como ele é milhares de vezes melhor que o nosso que, certo tempo depois, quando teve o Romantismo (tanto na área Literária quanto Artística), ao invés de retratar a a nossa natureza com todo o bucolismo que o período exigia.... fizeram um índio tão branco quanto a Branca de Neve. Pode gloogar A Morte de Moema” de Victor Meireles e conferir (sem falar que as pessoas incham quando morrem afogadas '-') ou o clássico da Literatura Brasileira O Guarani de José de Alencar (sem comentários para esse).
Então acompanhando a cronologia fica: João IV, depois Pedrão, que declara a independência, fazendo com que o nosso comércio com os ingleses deixem de ter intermediários, e em seguida com o imperador oficialmente brasileiro, Pedrinho 2º, fica comandando geral. Pedrinho diferentemente do pai, Pedrão, era um sábio e apreciador das artes... francesas claro u.u era ele mesmo que mandava o povo pra França (ou seja lá qual for o país). Em terras tupiniquins surge um dos pioneiros da “imagética falada” (é eu sei, acabei de inventar essa palavra) Ângelo Agostini com As aventuras de Nhô Quim pra criticar e satirizar a escravidão e a monarquia. E por quê não era quadrinho? Ele tinha uma narrativa parecida com as tirinhas atuais (leia novamente as palavras narrativa e parecida ), se assemelhando muito com os modelos dos precursores (imagem dependendo da escrita e escrita dependendo da imagem sendo impossível a existência de uma sem a outra) mesmo assim não havia um elemento que até hoje caracteriza a HQ: o balão de fala.
Voltando a história: Pedrinho é chutado do governo, é declarada a república, logicamente haviam charges mas não sobraram muitas, e se sobraram estão bem guardadas, continuamos com o nosso acordo com a Inglaterra e então uma briguinha anima os ânimos do velho continente, aí a coisa foge do controle e fica um pouquinho maior que eles pensaram se tornando então a Primeira Guerra Mundial.
As cornetas soaram, a Inglaterra e agregados foram declarados vencedores, mas não se sabia quem tava mais destruído. A Pioneira da Revolução abre espaço pra sua cria do novo mundo, que não consegue administrar tão bem o mundo e acaba gerando outro evento que fica marcada nos livros de história: a Quebra da Bolsa. E é aí que o bicho pega, por que num lugar onde tem fome, miséria, parecendo até que toda a população estadunidense pisou num rastro de corno, quem poderá salvar? Não, não é o Chapolin, mas a ideia que ele representa. Surge o herói para salvar todos do tédio e dar uma falsa-ideia que sempre haverá alguém cuidando de nós. Desde o Menino Amarelo de Outcalt até a Quebra da Bolsa as histórias eram em sua maioria publicadas em jornais, curiosamente O Tico-Tico (1905) foi a primeira revista ocidental a publicar quadrinhos, só que não era única e exclusivamente dedicada aos quadrinhos, continha também informações e um entretenimento de maneira geral, os quadrinhos só ganham um destaque maior no Brasil em meados do fim da década de 30 e início da década de 40.
Em meio a Grande Depressão, são produzidos filmes, animações e um monte de material cultural estadunidense é distribuído pelas suas “dependências monetárias”, incluindo o Brasil, que estava em plena Era Vargas entre o New Deal e o Fascismo. A dominação mundial começa pelos vizinhos, pelo rádio (que já tinha barateado e já era mais popular) e pelos filmes. E o que é feito? Comportamento padrão que nos foi ensinado na época da Colônia: Copiar...

5 comentários:

  1. Otima analise temporal da realidade dos quadrinhos que temos por aqui, gostei da sincera preocupação e dedicação que voce teve para mostrar que aqui tambem tem gente que faz quadrinhos, galera que desenha e/ou curte desenvolver historias em quadrinhos, esta na hora de falar mais e debater mais porem para inicio se deve conhecer o que temos aqui afinal moramos no BRASIL e nao no ESTADOS UNIDOS ou no JAPAO. Embora sejam otimas as historias e influencias que vieram e vem de ambos os paises.
    Um abraço a todos o/

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  2. se formos analisarmos bem, o povo vive falando que aqui tem muita gente q desenha (o q é verdade) mas falta gente q escreve... o q não é tanta verdade assim, pq tem muita gente q escreve, mas não retrata a nossa realidade justamente repetindo o q foi feito no Brasil colonial

    como eu disse: ainda tem muito pano pra post xD

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  3. Na verdade acho q tanto ha pessoas que desenham quanto que desenham, porem o problema é a atração que outras culturas mostram, e justamente sao estas mesmas pessoas q passam a entender( e desenhar e retratar) mais de culturas diferentes do que da nossa, ja vi altos fanzines feitos aqui mesmo em Pernambuco com: - "E na cidade de Tokyo". Cara porque não: - "E na cidade de olinda!". Não os julgo tbm justamente porque outras culturas estao a mostra enquanto q a nossa tem q se procurar, mas cukpo nossa preguiça e falta de interesse no que é nosso, mas é aquilo, quem desenha e quem escreve pode e tem o direito de escrever o que quer, pena que nao foquem no BRASIL e sim em outros paises e se caso queiram outros paises ao menos se deveria fazer uma pesquisa minima o que tbm nao ocorre, pisquem, desenhista e roteirista nao pode ser preguiçoso tem q ler e muito e tem q observar e muito tbm!
    bjos a todos

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  4. perdao alguns erros no post acima pois escrevi rapido pacas!!!!

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  5. deixa d tá falando coisa com coisa minina u.ú tais querendo me endoidar é?

    bom, pode até analisar uma questão de comportamento no qual o pensamento colonial se aplica: se chegar alguém formado no exterior, pode ser a pior faculdade do mundo, acharemos que essa pessoa é milhares de vezes mais capacitada do que nós.

    ._. a grama do vizinho sempre é mais verde...

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